O título é simples, mas a história é marcante e as reflexões impactantes. Um pequeno lambari nasce diferente dos demais: sua cauda, em vez de carmesim, é dourada. O terror dos rios é o Dourado, que também possui a cauda dourada. Ele será como este, ou o enfrentará? E como um minúsculo peixe poderá enfrentá-lo, se ele é o devorador dos peixes? A história de Lambari dourado por trás de uma cativante e lírica história de amor, é uma ironia à globalismo predatório, porque os grandes peixes conclamam os pequenos a salvarem o Planeta, mas agem consoante seus exclusivos interesses. Assim, em relação ao meio ambiente, não se denomina Protocolo de Kyoto, mas Protocolo do “Koyto”… Até mesmo a rosa é sepultada na poluição da densidade química. Em relação à política, apregoa-se a democracia, contudo estabelece-se uma ditadura dentro dela, ou no interesse de grupos minoritários, ela se perpetua numa aparência democrática, quando subjaz um sutil domínio. Os peixes são cevados conforme os interesses dos grupos dominantes. Por isso há as migrações num “salve-se quem puder”, que até grandes peixes, cujo poder vive oculto, se revela. Com um agravante: não são apenas os peixes grandes que comem os pequenos, porém os grandes se autodevoram também. Mas, Lambari Dourado não desiste de sua busca: encontrar em algum lugar um globalismo solidário. Será possível encontrá-lo? Ou, a Piraíba, aparentemente oculta, implantará a ditadura no mundo?